Muito se fala das doenças do século XXI, que estão relacionadas às doenças mentais e têm como os principais vilões a depressão, transtorno de ansiedade e a síndrome do pânico. Esses são apenas alguns dos transtornos mentais que acometem 86% do brasileiros, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgados pela Veja em julho de 2019.
Mas será que a população que carrega esse tipo de doença tem apoio do Estado, das suas famílias, de seus amigos e das empresas para as quais trabalham? Ou será que estas pessoas ainda sofrem preconceito por falta de conhecimento?
Segundo a OMS, cerca de 300 milhões de pessoas sofrem com a depressão no mundo todo. Em 2015, essa foi a causa de 788 mil mortes por suicídio, representando 1,5% de todas as mortes do planeta, o que se torna ainda mais grave entre os jovens de 15 a 19 anos, em que essa foi a segunda maior causa de morte. O Brasil é o quarto país do ranking mundial com casos de depressão e o primeiro quando se trata de transtorno de ansiedade, atingindo 9,3% (18,6 milhões) da população.
A falta de políticas públicas voltadas para o tratamento dessas doenças poderá custar US$ 16 trilhões à economia global entre 2010 e 2030. Se não houvesse esse tabu relacionado às doenças mentais, seria possível evitar cerca de 13,5 milhões de mortes por ano.
PROJEÇÕES APONTAM QUE AS DOENÇAS MENTAIS SERÃO A 1ª CAUSA DE AFASTAMENTO DO TRABALHO
Passamos a maior parte do nosso tempo dentro do ambiente de trabalho, por isso, se não cuidarmos da nossa saúde mental e se não tivermos total apoio das empresas para as quais trabalhamos, podemos ser vítimas de vários tipos de transtornos mentais.
Segundo a International Stress Management Association (Isma-BR), cerca de 20% dos funcionários ativos estão trabalhando sob forte pressão emocional, comprometendo a saúde física e psíquica, resultado de queda na produtividade, absenteísmo (faltas) e maiores taxas de turnover. Além disso, cerca de 32% dos trabalhadores brasileiros sofrem com os efeitos do stress — um dos primeiros sinais da síndrome de burnout.
A Talenses, uma empresa de recrutamento, realizou uma pesquisa recente mostrando que 49% dos trabalhadores no Brasil já tiveram crises de ansiedade, enquanto 44% dizem ter sofrido com o esgotamento mental devido ao stress profissional (burnout).
Dados do Governo, divulgados em 2017, já apontavam as doenças mentais como a terceira maior causa de afastamento do trabalho, representando cerca 9% do total de auxílios-doença. Reações ao “stress” grave e transtornos de adaptação, episódios depressivos e outros transtornos ansiosos causaram 79% dos afastamentos no período de 2012 a 2016.
Comentarios